A data marca não apenas uma tradição religiosa, mas também um símbolo forte da cultura popular brasileira, especialmente no Nordeste.

Everthon Santos

13 de junho de 2025 às 08:27 - Atualizado às 08:27

Santo Antônio. Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira, 13 de junho, fiéis em todo o Brasil celebram o Dia de Santo Antônio. Conhecido como o santo casamenteiro, ele também é lembrado por sua dedicação aos pobres, por ser padroeiro de várias cidades e por atrair devotos em busca de amor, fartura e proteção espiritual.

A data marca não apenas uma tradição religiosa, mas também um símbolo forte da cultura popular brasileira, especialmente no Nordeste, onde o mês de junho é recheado de festas em sua homenagem.

Igrejas, comunidades e casas particulares preparam missas, novenas, simpatias e festas para lembrar o franciscano português que virou um dos santos mais queridos do catolicismo.

Quem foi Santo Antônio?

Nascido em Lisboa, em 1195, com o nome de Fernando de Bulhões, Santo Antônio entrou para a vida religiosa muito jovem. Depois de integrar a ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, ele se tornou franciscano e ou a ser chamado de Antônio. Faleceu em Pádua, na Itália, em 1231, aos 36 anos.

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Reconhecido por sua profunda sabedoria, carisma e amor pelos pobres, ele ficou famoso por seus sermões e pela capacidade de tocar corações. Em 1232, foi canonizado pelo Papa Gregório IX, apenas um ano após sua morte — um dos processos mais rápidos da história da Igreja.

Além de ser o santo dos casamentos, Antônio é invocado para causas impossíveis, proteção de crianças, perdidos e necessitados.

Tradições e fé popular

Nas casas nordestinas, principalmente em Pernambuco, Bahia, Paraíba e Ceará, é comum ver altares improvisados com a imagem do santo cercada por fitas, velas e flores. As simpatias se espalham pelas redes sociais e pelas conversas de rua — algumas feitas com fé, outras com bom humor.

Uma das mais populares consiste em colocar o santo de cabeça para baixo dentro de um copo d’água até que ele “ajude” a conseguir um marido. Outras envolvem bilhetes com nomes dentro da Bíblia, pão dormido guardado no armário ou até perguntas mentais feitas antes de dormir.

Na tradição popular, o "pão de Santo Antônio" distribuído após missas é guardado como amuleto da fartura. Muitas pessoas acreditam que ele nunca deve acabar ou mofar, pois isso significa bênçãos contínuas no lar.

Santo casamenteiro e santo dos pobres

Apesar da fama de unir casais, Santo Antônio foi, acima de tudo, um defensor dos mais humildes. Segundo relatos históricos, ele chegou a confrontar poderosos em defesa dos oprimidos e alimentava os necessitados com doações que conseguia arrecadar nos povoados.

Essa faceta reforça sua popularidade entre os fiéis mais simples, que encontram nele um símbolo de esperança. Em tempos de incerteza e crise, a figura de Santo Antônio continua a inspirar orações, promessas e fé.