Armas de gel exigem atenção: saiba como evitar acidentes Foto: Reprodução / Internet
Uma nova moda entre crianças e adolescentes tem preocupado pais, médicos e autoridades em todo o Brasil: as famosas armas de gel, conhecidas também como gel blasters. Coloridas, com design futurista e vendidas como brinquedos inofensivos, essas armas disparam pequenas bolinhas de polímero que, após hidratação, atingem até impressionantes 300 FPS (pés por segundo). O problema? Elas têm causado uma onda de acidentes oculares graves, com casos de crianças que já perderam parte da visão.
O que parecia apenas mais uma brincadeira de férias rapidamente se tornou motivo de alerta em consultórios oftalmológicos e delegacias. De acordo com a Fundação Altino Ventura, referência em oftalmologia no Nordeste, só em Recife foram registrados 90 atendimentos emergenciais por traumas oculares em apenas 28 dias. O dado mais assustador: quase metade desses casos precisou de cirurgia para salvar a visão das vítimas.
As lesões mais frequentes provocadas pelas armas de gel incluem abrasão da córnea, hipema (acúmulo de sangue no interior do olho), glaucoma traumático e até perda parcial ou total da visão. Os especialistas são unânimes: o uso sem equipamento de proteção adequado pode gerar consequências para toda a vida. E o pior: muitas dessas ocorrências aconteceram em brincadeiras dentro de casa, com supervisão mínima ou inexistente.
A legislação brasileira, até o momento, não possui uma norma federal específica para regular o uso dessas armas. Mas a pressão social e o aumento dos acidentes têm levado cidades a adotar medidas locais. Em Olinda (PE), o Decreto nº 176/2024 proíbe a comercialização e o uso das armas de gel. Já em Paulista (PE), a Lei nº 145/2024 veta não só a venda, mas também a fabricação e distribuição. Ambos os textos legais estão disponíveis nos portais oficiais das prefeituras: Decreto de Olinda e Lei de Paulista.
Mesmo nas cidades onde ainda não há restrição formal, o porte das armas de gel pode ser enquadrado como posse de simulacro de arma de fogo, o que dá respaldo jurídico para apreensão e autuação por parte das autoridades policiais. Além disso, a responsabilidade civil e criminal recai sobre os responsáveis em casos de ferimentos a terceiros.
Se você é pai, mãe ou responsável, é fundamental adotar medidas preventivas antes de permitir qualquer brincadeira com esse tipo de equipamento. Especialistas em segurança infantil e oftalmologia recomendam o uso obrigatório de óculos de proteção com certificação ANSI Z87.1, a manutenção de uma distância mínima de 5 metros entre os participantes e, claro, supervisão adulta durante toda a atividade.
Outro fator importante é garantir a correta hidratação das bolinhas de gel antes do uso. Quando mal hidratadas, essas esferas ficam mais rígidas, aumentando significativamente o risco de perfuração ocular. O local da brincadeira também merece atenção: o ideal é que seja uma área fechada e controlada, longe de transeuntes e espaços públicos.
E se, mesmo com todos os cuidados, um acidente acontecer, o primeiro o é manter a calma. Jamais esfregue o olho atingido, lave imediatamente com soro fisiológico e procure atendimento médico especializado no menor tempo possível. A janela de até duas horas após o impacto é crucial para reduzir os danos.
Para quem busca diversão sem abrir mão da segurança, o mercado oferece alternativas como Nerf (com dardos de espuma), Laser Tag, Paintball Light e brinquedos de arco e flecha com pontas de borracha. Todas essas opções proporcionam adrenalina e interação, mas com riscos muito menores.
A verdade é que o desconhecimento ainda é o principal inimigo quando o assunto são as armas de gel. Muitos pais compram esses brinquedos sem ter a menor ideia do potencial destrutivo que eles carregam. Antes de ceder ao apelo das redes sociais ou dos pedidos insistentes das crianças, informe-se. Compartilhar conteúdos como este pode fazer a diferença entre uma brincadeira segura e um acidente irreversível.
Em tempos de viralizações instantâneas, cabe a todos nós — pais, educadores, autoridades e veículos de imprensa — ajudar a disseminar informação de qualidade. Afinal, proteger a infância é responsabilidade coletiva. E começa com conhecimento.
2
14:44, 15 Jun
29
°c
Fonte: OpenWeather
Com muitas luzes e drones, o show do DJ Alok promete agitar o público com muita música eletrônica.
Com um repertório repleto de sucessos desde os tempos em que integrava a banda Garota Safada, Wesley Safadão resgata clássicos consagrados do forró.
Diferente de outros países, que comemoram em 14 de fevereiro o Dia de São Valentim, no território nacional a celebração ocorre na véspera de Santo Antônio.
mais notícias
+