Comunidade Caranguejo Tabaiares em Recife Foto: Reprodução Rede Social.
A capital de Pernambuco, Recife, é uma cidade marcada por sua diversidade cultural vibrante, relevância histórica e papel central no Nordeste brasileiro. No entanto, por trás de suas paisagens urbanas e manifestações culturais, esconde-se uma dura realidade: mais da metade da população recifense vive sem o adequado ao saneamento básico — um dos indicadores mais alarmantes da desigualdade social urbana que assola a cidade.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas 49,5% dos habitantes do Recife têm o à coleta de esgoto, o que significa que cerca de 737 mil pessoas convivem diariamente com esgoto a céu aberto, sem qualquer tratamento. Esse cenário compromete não apenas o meio ambiente, mas também expõe milhares de famílias a doenças infecciosas e a uma violação contínua de seus direitos básicos.
A situação se agrava quando se observa que aproximadamente 60,1% da água tratada no Recife se perde no sistema de distribuição, devido a vazamentos, ligações clandestinas e falhas operacionais. Trata-se de uma das piores taxas de perda de água do país, evidenciando a fragilidade estrutural e a ineficiência na gestão dos recursos hídricos.
Estudos do Instituto Trata Brasil revelam que essa precariedade não é exclusiva da capital, mas se estende por toda a Região Metropolitana do Recife (RMR), onde 45,2% da população não possui o à rede de esgoto — índice superior à média nacional de 44,2%. O Recife, embora ocupe apenas 8% do território da RMR, concentra 34,7% dos moradores da região que vivem sem esse serviço essencial.
Além da questão técnica, o problema é reflexo direto de décadas de políticas públicas que perpetuaram uma lógica de exclusão urbana. Historicamente, os investimentos em saneamento foram direcionados a áreas mais privilegiadas, enquanto comunidades periféricas foram sistematicamente negligenciadas. O resultado é um retrato da desigualdade socioespacial: bairros nobres recebem infraestrutura moderna, enquanto nas zonas pobres, o esgoto corre a céu aberto em ruas estreitas e sem pavimentação.
Dados do Censo Demográfico de 2022, do IBGE, confirmam que cerca de 25% das moradias no Recife não contam com nenhum tipo de descarte adequado para esgoto doméstico. Além disso, a Região Metropolitana do Recife apresenta o segundo maior índice de desigualdade do Brasil, segundo o Índice de Gini, e a menor renda média per capita entre os 40% mais pobres das metrópoles nordestinas.
Esse quadro revela uma crise estrutural e moral. O o ao saneamento básico é uma condição fundamental para a saúde pública, para a dignidade humana e para a justiça social. Contudo, no Recife, esse direito ainda é um privilégio de poucos.
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